Dar um tempo, internet, relacionamentos, psicanálise e literatura, apaixonamento
Assino diversas newsletters de diferentes formatos e adoro ver como outros escritores organizam suas palavras e frases. É como observar uma pintura, com cada escolha de estrutura e vocabulário formando um quadro único.
Às vezes, penso: nunca conseguirei escrever assim. E isso é verdade. Nunca poderei escrever como outro escritor – mas, por que deveria? Que graça teria ler textos que soam todos iguais?
É fácil cair na armadilha da comparação e sentir que nossa escrita é inferior. No entanto, essa diversidade é precisamente o que torna a escrita uma arte tão acessível e encantadora, tanto para quem escreve quanto para quem lê.
O mundo precisa de arte em todas as suas formas, e também de uma diversidade de estilos. Nossas palavras são parte dessa riqueza. A variedade é o que dá poder à arte, possibilitando conexões entre diferentes pessoas. Em todas as formas de expressão criativa – pintura, poesia, música – a variação é fundamental. Enquanto alguns veem a ópera como a forma mais sublime de arte, outros não suportam ouvi-la.
O mesmo se aplica à escrita. A diversidade é o que dá vida a tudo. É essa singularidade que faz de cada peça de escrita algo especial e valioso.
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[Texto publicado no site]
📘 PARA LER
A ciência do "dar um tempo" - Descobri que há uma base científica por trás do conceito de "dar um tempo". Segundo a neurociência, o cérebro tende a se habituar a estímulos contínuos e precisa de um "reset" para voltar a prestar atenção. Essa capacidade, chamada de habituação, é uma funcionalidade evolutiva adaptativa que ajuda a conservar os recursos cerebrais para o que realmente importa.
Escrevendo em guardanapos - Neste texto, o jornalista Eduardo Fernandes reflete sobre as constantes queixas de que a internet não é mais a mesma. Independentemente de suas mudanças, a paixão pela escrita e pela comunicação persiste, mesmo que seja necessário recorrer a métodos mais rudimentares, como escrever em guardanapos.
Correndo atrás - Você tem percebido o surgimento de vários grupinhos de corrida? Beatriz Guarezi reflete sobre a tendência de comunidades que se formam em torno de corridas e atividades físicas. A prática vai além do exercício, servindo como um espaço de conexão e apoio mútuo entre os participantes.
Autenticidade nas redes sociais - Em um mundo onde a perfeição é frequentemente mostrada nas redes sociais, cresce a tendência de conteúdo mais real e menos polido. Este artigo discute como essa autenticidade ressoa mais com os usuários, promovendo uma conexão mais genuína e humanizada.
A Internet morreu e esquecemos de enterrar? - Este texto provoca uma reflexão sobre o estado atual da internet. Será que a web, como a conhecíamos, já morreu e apenas não percebemos? Um convite à análise crítica sobre o uso e o impacto da internet em nossas vidas.
Celular: uma arma de distração em massa - A revista Piauí aborda como os smartphones se tornaram ferramentas de distração onipresentes, ocupando cada vez mais tempo de nossa atenção diária. O artigo examina os efeitos desse vício em nossas vidas e sugere maneiras de mitigá-lo.
📺 PARA VER
Lições do estudo mais longo sobre a felicidade - Neste TED Talk, Robert Waldinger compartilha insights valiosos de um estudo de 75 anos sobre o que realmente faz a vida valer a pena. Uma palestra inspiradora que destaca a importância dos relacionamentos e da conexão humana.
Psicanálise e literatura com Maria Homem - Maria Homem explora a interseção entre psicanálise e literatura, oferecendo uma análise profunda e enriquecedora sobre como a literatura pode refletir e influenciar nosso entendimento do inconsciente.
Retratos de desconhecidos - Atenção, vou te levar para um vídeo no TikTok. O artista Devon Rodriguez captura momentos íntimos ao pintar retratos de estranhos. Seus vídeos não só mostram o processo artístico, mas também revelam histórias pessoais e reações genuínas de seus modelos.
Arte vs. Conteúdo: uma reflexão - Agora vou te levar para um vídeo no Instagram. Uma reflexão importante sobre a diferença entre arte e conteúdo. Reconhecer essa distinção pode nos ajudar a entender melhor o que estamos criando e consumindo.
Chico sobre Clarice - Daquele jeito só dele, Chico Buarque fala sobre a obra e a influência de Clarice Lispector.
Histórias de pinturas - Adorei este site. É uma viagem através das histórias contadas por pinturas, de obras antigas até artistas contemporâneos. Uma celebração da arte e da narrativa visual.
🎧 PARA OUVIR
A inclinação - O que acontece com a música "The Leanover" da banda Life Without Buildings é que funciona como um longo poema sendo falado durante um background de riffs de guitarra, baixo e bateria. E esse falatório é sobre sentimentos de apaixonamento, aquela coisa de "não quero te deixar", "não quero te perder," "onde você está", "você mexe comigo." A tradução do título é "A inclinação", que é uma forma de ver a paixão, que você se inclina para outra pessoa.
Morar em um hospital e cortar o cabelo - Neste episódio do podcast Rádio Novelo Apresenta, você vai ouvir duas histórias que valem mais que filme ou série. Na primeira, uma comunidade de estudantes surge nas instalações de um hospital abandonado. Na segunda, a expressão, sensibilidade e importância que o cabelo tem na nossa personalidade.
A playlist da minha vida com Fernanda Torres - Neste podcast, Fernanda Torres entrevista convidados como Lulu Santos, Marisa Monte e Pabllo Vittar, que compartilham histórias pessoais através das músicas que marcaram suas vidas.
Love in the void - Hammock - Um disco de paisagens sonoras etéreas. Uma combinação de ambient music e post-rock que cria uma atmosfera introspectiva e relaxante, boa para trabalhar ou ler.
Música para chuva, livros e café - Uma trilha sonora perfeita para um dia chuvoso, acompanhada de um bom livro e uma xícara de café. Esta playlist no YouTube Music oferece uma seleção de músicas suaves e confortantes para momentos de tranquilidade.
📘 LIVRO
Como o Cérebro Cria - de David Eagleman e Anthony Brandt
Em um passeio pelas criações que tornaram o mundo o que ele é hoje, o compositor Anthony Brandt e o neurocientista David Eagleman explicam os elos entre a criatividade na arte, na ciência e na tecnologia. Este livro oferece inúmeros exemplos de como todos os atos criativos resultam das mesmas operações cerebrais aplicadas a algo que já existia. Ao mesmo tempo uma celebração do espírito humano e um vislumbre de como podemos melhorar o futuro ao abraçarmos nossa criatividade, o livro apresenta surpresas e curiosidades, além de dicas sobre como produzir ideias de sucesso.
✍🏼 FRASE
Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
— Clarice Lispector
💾 ARQUIVO (Novembro de 2022)
“Parece estúpido eu lançar um álbum”, disse Fiona Apple quando lançou o incrível ‘Fetch the Bolt Cutters’. “Mas isso é o que eu sei fazer.” Fiquei pensando nisso. Na responsabilidade de colocar mais uma coisa no mundo. Há tantos livros para serem lidos, tantos filmes, horas e horas de episódios de séries, mais séculos de música para ouvir, parece nonsense colocar mais um trabalho de arte para as pessoas consumirem.
Se a gente cai na armadilha, todos os textos serão iguais. Viva a singularidade!
É interessante como a máxima "a indústria pornográfica define os rumos da mídia" realmente parece ter cabimento. Me refiro ao texto sobre a perfomance de perfeição aplicada aos conteúdos postados em redes sociais começar a se esvaziar dando espaço para conteúdos mais "autênticos" (que podem apenas ser uma outra estética da mesma perfomance, vide B0ls0n4r0 e prole comendo como animais em cima de pranchas). A Playboy e os próprios sites pornográficos passaram por movimento similar ao longo das última década e meia.
Gostei muito do Hammock :)
Abraço, camarada!