Força centrípeta e centrífuga na leitura
Existem livros de força centrípeta que nos sugam para dentro das suas páginas e outros de força centrífuga que nos arremessam para fora de nós mesmos.
“Capitães da Areia”, de Jorge Amado, é um exemplo de livro que me absorveu profundamente. Ao mergulhar na história, me vi imerso nas ruas de Salvador na década de 1930, vivendo cada momento descrito nas páginas.
Por outro lado, “Verdade Tropical”, de Caetano Veloso, é um livro que me levou a explorar além de suas páginas. Enquanto o lia, senti o desejo de ouvir suas músicas, pesquisar imagens e vídeos relacionados, e até mesmo ler outros livros mencionados por ele.
Ambos os tipos de livros têm seu valor único para o leitor, e não acredito que um seja melhor do que o outro.
Um livro de força centrípeta nos transporta para um mundo de sonhos, onde nos perdemos enquanto acompanhamos sua narrativa.
Já um livro de força centrífuga nos guia por diferentes caminhos, nos levando a explorar outras obras, filmes, músicas, arte e até mesmo a conhecer novas pessoas.
O mesmo pode ser observado nas redes sociais, como Instagram e TikTok, que têm o poder de nos sugar para dentro de seu universo. Por outro lado, blogs e newsletters geralmente nos direcionam para outros lugares, expandindo nossos horizontes.
Novamente, não acredito que um livro deva ser julgado apenas por sua capacidade de nos envolver ou nos arremessar. Até mesmo uma obra tida como “menor” pode ter o poder de nos cativar ou nos inspirar, e é aí que reside seu verdadeiro valor.
No entanto, existe uma terceira categoria de livros: aqueles que não nos movem em nenhuma direção. Esses livros devem ser evitados, pois não acrescentam nada à nossa experiência.