Novo site, Walter Benjamin, tristes redes, dopamina, neurociência, Foucault por Helena Vieira
Alô Olá! Estava sentado na casa de um amigo outro dia e notei que na sua estante havia dezenas de livros que eu nunca tinha lido. Cada um foi escrito por uma pessoa apaixonada por algo que quis compartilhar essa paixão com as pessoas. Isso me fez pensar na quantidade de ideias que estão por aí em livros apenas esperando que alguém decida abrir e explorar. Temos a chance de viver aventuras e aprender e seguir em frente se quisermos.
Obrigado por você ter escolhido abrir este e-mail e dedicar seu tempo a essas descobertas que decidi compartilhar.
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Agora vamos à aventura.
📘PARA LER
Novo layout, novo site : Reformulei meu site, trocando o layout de portfólio que havia antes por um feed com atualizações dos meus textos. Como um blog. Já que tudo o que faço tem como origem a escrita, então o site/blog funciona como um repositório dos meus trabalhos.
Parágrafos curtos para quem não lê : Alguém disse que dividir um texto em dezenas de parágrafos curtos, quase frases, aumenta as chances dele ser lido na internet. Faz sentido, tem fundamento, na velocidade com que as coisas passam pela nossa retina hoje em dia, quem para pra ler um parágrafo com mais de 400 caracteres?
O marinheiro e o comerciante : Neste texto, Valter Nascimento levanta algumas reflexões sobre o famoso ensaio do Walter Benjamin em que ele distingue dois tipos de narradores: o marinheiro e o comerciante local. O marinheiro é o narrador que traz notícias de mundos distantes, é aquele que descobre coisas novas para além de sua realidade local. O comerciante local é aquele que jamais deixa sua vila, suas histórias são sobre o que acontece ao redor de si.
Lado bom e ruim das IAs : Um bom escritor consegue juntar o raciocínio e as palavras fazendo com que tudo se encaixe de forma única. Ainda não vi nenhuma inteligência artificial emular isso. Mas Daniel Galera consegue. E uma prova é essa resposta sobre a chegada dos modelos de linguagem automatizada (chatGPT, por ex.) e se os impactos serão mais positivos ou negativos.
Viciados na dopamina digital : Brasil é o terceiro maior consumidor de redes sociais em todo o mundo. YouTube, Facebook e Instagram são as redes mais acessadas pelos usuários brasileiros. TikTok, Kwai e Twitter aparecem na sequência. Acho que é daí que vem o nosso cansaço. A gente passa muitas horas parados consumindo coisas.
Desconectadamente conectados : A teoria de que ter as redes sociais ao alcance da mão 24 horas por dia, sete dias por semana, podem ter um efeito prejudicial na saúde mental não é nova. As taxas de depressão entre jovens de 15 a 24 anos quadruplicaram na última década. A parcela que se considera um fracasso, que se preocupa muito e que está insatisfeita com a vida também aumentou acentuadamente. A saúde mental dos jovens está entrando em colapso, e pesquisas mostram que tudo começou na mesma época: quando os smartphones passaram do luxo à onipresença.
📺 PARA VER
Toda essa distração, entretenimento, velocidade, produtividade, pra quê?
Quantos seguidores você tem? Não importa pois todo mundo vai…
Neurociência, Felicidade, Dopamina e Serotonina : “A gente modela dopamina nas redes sociais”, é o que diz Carla Tieppo, doutora em neurofarmacologia. Segundo ela, quando vemos imagens de pessoas viajando, numa festa, com um namorado bonito, etc, ensinamos aos hormônios do cérebro a acreditarem que isso é sucesso e felicidade.
Me deixem ler, eu quero ler! : Não consegue ler textos com paywall? Neste vídeo, Rodrigo Ghedin explica três formas de burlar o paywall de alguns sites.
A dança no corpo : Trailer de ‘Then Comes The Body', documentário sobre uma escola de balé nos arredores de Lagos, na Nigéria. Dirigido por Daniel Ajala, que aprendeu balé pelo YouTube.
Rio antigo em cores : O Rio de Janeiro em fotos coloridas no início do século 20 tiradas pelo fotógrafo Marc Ferrez, em uma técnica chamada de autocromo.
Paleta do Wes : Precisando de umas dicas de combinações de cores? Que tal se inspirar na paleta das cenas dos filmes do Wes Anderson?
Arte no Instagram
O Instagram já foi uma plataforma de exibição de arte. Em reverência aos artistas que ainda tentam usar seus perfis para publicar seus trabalhos (como eu), agora vou passar a compartilhar por aqui algumas dicas para você conhecer e seguir.
🎧 PARA OUVIR
Quem comeu Foucault? : O podcast Impostura Filosófica recebe a escritora e professora Helena Vieira para conversar sobre a atualidade dos principais conceitos colocados por Foucault. É para ouvir mais de uma vez com papel e caneta na mão. Aulão.
Literatura no ouvido : O podcast Posfácio entrevista Andréa Del Fuego sobre seus livros “A Pediatra” e “Os Malaquias”.
No Highs : Um dos músicos mais conhecidos no gênero ambient music, Tim Hecker disse que as pessoas hoje em dia têm escutado música para ficar no computador ou no celular. Ele gostaria que as pessoas escutassem sua música numa viagem noturna de carro. Consigo imaginar esse seu novo disco encaixando perfeitamente nisso.
Light through the veins : Já faz um mês que essa música do Jon Hopkins não sai do repeat.
📘 LIVRO
De onde vêm as boas ideias: Uma história natural da inovação - de Steven Johnson : Que processos estimulam nossa criatividade? O que podemos fazer para recriá-los em nosso cotidiano? Neste livro, o autor conta a história por trás de quase duzentas descobertas e invenções, investigando como surgem as boas ideias e as características dos ambientes em que elas são mais comuns, e nos mostra os sete padrões fundamentais dos processos de inovação desenvolvidos pelo homem e pela natureza.
✍🏼 FRASE
“Divertido vem de divertere, virar em diferentes direções. Diversidade também vem daí. Divertido, diverso, diversão, diversidade: a alegria de enxergar as coisas de outras formas. O poder de olhar para o lado, interagir com outras pessoas. Como deveria ser o pensamento. A vida. A diversão é o caminho de alargamento do mundo.”
— Luiz Antônio Simas
💾 ARQUIVO (Dezembro 2019) (somente para assinantes pagos)
Escrever sem escrever, cultura é política, acender o fósforo : Não há na História da humanidade uma civilização que tenha se destacado no tempo, restado na lembrança dos seus povos e nos livros de História como paradigma, sem ter aliado à sua jornada política uma produção cultural exuberante.
Ótimo texto, que chegou nesse fim de domingo. Links leves e interessantes. Bom receber tua news.
Obrigado pela citação e parabéns pelo ótimo texto.